A comunidade da Vila de Aurizona, em Godofredo Viana, no interior do Maranhão, está sofrendo com mais um problema causado por rejeitos da Mineradora Aurizona, que pertence à Equinox Gold, empresa que explora ouro na região.
Desta vez, um deslizamento de rejeitos da mineradora, na manhã do último sábado (2), interditou a única via que liga Godofredo Viana à comunidade, onde moram cerca de três mil habitantes.
Ninguém ficou ferido, mas a situação gerou revolta e uma máquina que seria usada para desobstruir a pista foi incendiada durante um protesto.
Até esta sexta-feira (8), a estrada ainda não tinha sido liberada e a comunidade só não está isolada porque foi aberto um desvio, no último fim de semana. Equipes da prefeitura e do Governo do Maranhão acompanham a situação.
A Defesa Civil isolou o trecho da estrada atingido e a mineradora aguarda liberação para limpar a estrada. Técnicos da Secretaria Estadual de Meio Ambiente também foram para a área para avaliar se houve danos ambientais.
Em nota, a mineradora informou que vem fazendo o monitoramento e que aguarda definição das autoridades para recuperar a estrada que foi bloqueada. A mineradora diz ainda que está em processo de conclusão das análises para atestar a plena segurança para as atividades de mineração.
Não é a primeira vez
Em 2021, a comunidade de Aurizona sofreu com as consequências de uma barragem de rejeitos que transbordou e gerou uma enxurrada que atingiu um rio e a estrada que dá acesso à comunidade.
Laudos de análise da água e do solo na comunidade de Aurizona, em Godofredo Viana, apontaram contaminação por metais pesados de 100 a mil vezes acima do máximo permitido.
O caso gerou uma ação civil pública na Justiça Federal, com pedido de liminar, contra a empresa Mineração Aurizona (proprietária da Barragem) e o governo do Maranhão por causa do dano ambiental.
Moradores da comunidade reclamam ainda que as casas começaram a rachar por causa o uso de explosivos pra mineração, e que não aceitam perder o principal acesso à Godofredo Viana.
Na época, a Secretaria do Meio Ambiente do Maranhão informou que fiscaliza a redução dos impactos socioambientais ocasionados pelo rompimento da barragem. A SEMA disse também que foram lavrados autos de infração que totalizam mais de R$ 30 milhões em multas contra a empresa Equinox Gold.
Já a Secretaria de Direitos Humanos informou que realizou ação conjunta com diversas instituições, que resultou em um relatório que serviu para a instrução dos processos judiciais sobre o caso.