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Deslizamento de rejeitos de mineradora interdita estrada há seis dias no MA Deslizamento de rejeitos de mineradora interdita estrada há seis dias no MA
Não é a primeira vez que a mineradora Aurizona traz problemas para uma comunidade em Godofredo Viana, que já sofreu com uma barragem de rejeitos que transbordou, em 2021.
Por Werbete | 08/12/2023 - 21h55
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A comunidade da Vila de Aurizona, em Godofredo Viana, no interior do Maranhão, está sofrendo com mais um problema causado por rejeitos da Mineradora Aurizona, que pertence à Equinox Gold, empresa que explora ouro na região.

Desta vez, um deslizamento de rejeitos da mineradora, na manhã do último sábado (2), interditou a única via que liga Godofredo Viana à comunidade, onde moram cerca de três mil habitantes.

 

Ninguém ficou ferido, mas a situação gerou revolta e uma máquina que seria usada para desobstruir a pista foi incendiada durante um protesto.

Até esta sexta-feira (8), a estrada ainda não tinha sido liberada e a comunidade só não está isolada porque foi aberto um desvio, no último fim de semana. Equipes da prefeitura e do Governo do Maranhão acompanham a situação.

 

A Defesa Civil isolou o trecho da estrada atingido e a mineradora aguarda liberação para limpar a estrada. Técnicos da Secretaria Estadual de Meio Ambiente também foram para a área para avaliar se houve danos ambientais.

Em nota, a mineradora informou que vem fazendo o monitoramento e que aguarda definição das autoridades para recuperar a estrada que foi bloqueada. A mineradora diz ainda que está em processo de conclusão das análises para atestar a plena segurança para as atividades de mineração.

Não é a primeira vez

Em 2021, a comunidade de Aurizona sofreu com as consequências de uma barragem de rejeitos que transbordou e gerou uma enxurrada que atingiu um rio e a estrada que dá acesso à comunidade.

 

Laudos de análise da água e do solo na comunidade de Aurizona, em Godofredo Viana, apontaram contaminação por metais pesados de 100 a mil vezes acima do máximo permitido.

O caso gerou uma ação civil pública na Justiça Federal, com pedido de liminar, contra a empresa Mineração Aurizona (proprietária da Barragem) e o governo do Maranhão por causa do dano ambiental.

Moradores da comunidade reclamam ainda que as casas começaram a rachar por causa o uso de explosivos pra mineração, e que não aceitam perder o principal acesso à Godofredo Viana.

Na época, a Secretaria do Meio Ambiente do Maranhão informou que fiscaliza a redução dos impactos socioambientais ocasionados pelo rompimento da barragem. A SEMA disse também que foram lavrados autos de infração que totalizam mais de R$ 30 milhões em multas contra a empresa Equinox Gold.

Já a Secretaria de Direitos Humanos informou que realizou ação conjunta com diversas instituições, que resultou em um relatório que serviu para a instrução dos processos judiciais sobre o caso.

Fonte: G1