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Maranhão lidera casos de leishmaniose visceral do país Maranhão lidera casos de leishmaniose visceral do país
Dados do Ministério da Saúde apontam 1677 casos em menos de três anos. Doença atinge humanos após a picada do mosquito-palha infectado pelo protozoário Leishmania Chagasi.
Por Redação /F | 10/08/2019 - 13h47
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Dados do Ministério da Saúde apontam que o Maranhão lidera o número de casos de leishmaniose visceral no país nos últimos três anos. Em 2017 foram registrados 789 casos; 703 em 2018; e 185 até o momento, em 2019.

Somando todos os registros, são 1677 casos em menos de três anos. Também chama a atenção a distância no número casos do Maranhão em relação a outros estados. No mesmo período, Pará e Minas Gerais - que vem logo atrás do Maranhão - registraram 463 casos a menos.

Os 5 estados com mais casos de leishmaniose visceral no Brasil

Estados 2017 2018 2019 (Até 24 de julho) Total
Maranhão 789 casos 703 casos 185 casos 1677 casos
Pará 540 casos 518 casos 156 casos 1214 casos
Minas Gerais 768 casos 331 casos 115 casos 1214 casos
Ceará 340 casos 327 casos 101 casos 768 casos
Bahia 274 casos 251 casos 80 casos 605 casos

Ao G1 a Secretaria de Saúde do Maranhão (SES) disse que que as ações de combate direto à leishmaniose são de responsabilidade da gestão de cada município maranhense. Como parte das ações de responsabilidade do Estado, a SES executa atividades permanentes de capacitação dos profissionais de saúde dos municípios quanto ao teste rápido humano e animal, investigação de casos, além de garantir a aquisição de equipamentos para realização de ações de controle vetorial.

A Secretaria destaca que a leishmaniose é uma doença cíclica, com períodos de aumento de casos. O transmissor vetorial da doença encontra no Maranhão todos os fatores climáticos e ambientais para o seu desenvolvimento.

 

A doença

 

A leishmaniose visceral é uma doença infecciosa causada pelo protozoário Leishmania chagasi. A transmissão acontece quando fêmeas dos mosquitos conhecidos como 'mosquito-palha' picam cães ou outros animais infectados, e depois picam o homem, transmitindo o protozoário. Em todo o país, 10 de agosto é o dia oficial da Semana Nacional de Controle e Combate à Leishmaniose.

Sintomas da leishmaniose em humanos:

 

  • Febre
  • Perda de peso substancial
  • Inchaço do baço e do fígado
  • Anemia
  • Pode ser fatal se não for tratada em 90% dos casos

 

Sintomas da leishmaniose em cães:

 

  • Emagrecimento
  • Vômitos
  • Fraqueza
  • Queda de pelos
  • Crescimento das unhas
  • Feridas no focinho, orelhas e patas

    Tanto em humanos, quanto em cães, a doença é difícil de ser diagnosticada por ter sintomas parecido com outras doenças. Em humanos, a leishmaniose visceral pode ser fatal em até 90% dos casos, se não tratada.

    Um outro problema é que os cães ainda são vistos como os vilões, sendo que são apenas os hospedeiros. Em vários casos, os cães infectados são sacrificados, mesmo quando é possível tratar o animal para que ele não contribua na transmissão da doença.

    "A eutanásia, que ainda é usado para o controle da doença, claramente não está funcionando por algumas razões. Uma delas é que não é só o cão que participa como hospedeiro da doença. Existem outros animais, inclusive silvestres, que participam disso", explica o médico veterinário Ricardo Cabral.

    Segundo o veterinário, a leishmaniose não tem cura nos animais, mas atualmente também já existe um tratamento aprovado para a doença nos cachorros.

    "No final de 2016, o Milteforan foi aprovado pelo Ministério da Agricultura para o tratamento da doença. O medicamento diminui a chance do cão poder transmitir o vetor para o mosquito-palha. Além disso, 94% dos animais conseguem o controle dos sinais clínicos e podem voltar a ter uma vida normal"

    "Não significa que ele precisa ser tratado pelo resto da vida. É realizado o ciclo da droga, que dura 28 dias, e depois disso a recomendação é que o animal seja monitorado a cada quatro meses. A partir da avaliação de exames, o médico veterinário vai dizer se será preciso entrar com outro tipo de tratamento, ou não", completa.

    Ainda segundo Ricardo Cabral, também é recomendado que o dono do cão use outras estratégias para evitar a transmissão da doença, como o uso de uma coleira repelente para evitar a aproximação do mosquito, o que diminui a chance do animal ser atingido.

    Fonte: G1 MA

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