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Análise: Inter sofre mais do que deveria na Venezuela, mas união alivia ambiente e ameniza crise Análise: Inter sofre mais do que deveria na Venezuela, mas união alivia ambiente e ameniza crise
Colorado faz primeiro tempo sólido, cai de produção na etapa final, mas garante três pontos e vira líder do Grupo B da Libertadores
Por Patrick | 26/05/2023 - 11h25
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Houve sofrimento, até mais do que o esperado, mas o objetivo foi atingido. O Inter venceu o Metropolitanos por 2 a 1, assumiu a liderança do Grupo B da Libertadores e interrompeu a sequência de seis partidas sem ganhar. Mais do que isso. No momento de maior pressão, a união apareceu para iniciar a sonhada reação na temporada.

 

Para minimizar a crise pela qual atravessa, o Colorado apostou em um início em cima do adversário. A postura confirmava o que se ouvia nos bastidores antes do jogo. Era fundamental vencer de qualquer forma para aliviar o ambiente. O Estádio Olímpico de la UCV estava quase vazio, o que oferecia a atmosfera de um estádio neutro e um obstáculo a menos.

 

A pequena presença de público permitiu também observar algo essencial para reverter a turbulência: a união do grupo. Os colorados gritavam para incentivar os colegas a arriscar as jogadas, acertar os posicionamentos e até cobrar quando necessário.

Alan Patrick, Pedro Henrique, Luiz Adriano, Johnny e Rômulo eram alguns dos que mais participavam. Mano Menezes gesticulava, berrava e aplaudia quando a jogada saía como pretendia. E “cantava” como o time precisa se postar.

– Vamos jogar lá (direita) que temos um a mais ali – orientou Mano da beira do campo.

A parceria ecoou nos lances dos gols. Luiz Adriano ganhou da defesa, combinou com Alan Patrick, que acionou Pedro Henrique na área. Pênalti. O capitão converteu e abriu o placar. Minutos depois, o centroavante recebeu uma bola açucarada do camisa 10 e bateu no canto de Schiavone para ampliar.

 

Acabava ali uma incômoda seca de 14 partidas ou 75 dias desde o único gol marcado nesta segunda passagem até então. Luiz Adriano, ao ver a bola no fundo das redes, correu com os braços abertos, deu um soco no ar, gritou e fez o gesto de “tirar a zica” antes de sumir entre os companheiros.

Os colorados correram para abraçá-lo. Luiz Adriano se emocionou no meio de tamanho carinho. Ainda receberia o afago do preparador de goleiros, Leonardo Martins, e daquele que insistiu pela volta por cima: Mano. O Inter apresentava uma atuação sólida e encaminhava o reencontro com a vitória.

– É isso aí! Não vamos parar – pediu Pedro Henrique na comemoração do gol.

Ao voltar do intervalo, Mano ficou sem Campanharo, que sofreu uma pancada no tornozelo direito e promoveu a entrada de Carlos de Pena. Só que a súplica de PH não ocorreu. Uma novela se repetiria. O time diminuiu o ritmo e começou a sofrer com o ímpeto dos venezuelanos.

O sistema defensivo não demorou a vazar. Aos quatro minutos, após cruzamento da direita, Rodrigo Moledo não alcançou a bola. Nico Hernández cortou, o rebote ficou com Freddy Vargas, que chutou. A bola ainda desviou em Johnny e tirou a chance de defesa de John. Gol e preocupação.

Os gaúchos cederiam mais um empate? A pergunta durou até o término do confronto, com direito à expulsão de Nico, já nos acréscimos. Para segurar o resultado, foi preciso um milagre de John. A troca no gol se mostrou acertada. Aos 26, Darwin Gómez finalizou de dentro da pequena área. O goleiro defendeu de letra no contrapé. Um milagre.

Ao longo da pressão, Mano promoveu outras trocas. Tirou Luiz Adriano para a entrada de Alemão. O camisa 9 conversou com o chefe antes de rumar ao banco. O técnico ainda sacou Johnny, Pedro Henrique e Wanderson para as entradas de Baralhas, Igor Gomes e Matheus Dias. O objetivo era um só: segurar a vitória.

No fim, Mano precisou se ausentar por três minutos para uma ida ao banheiro. Quando retornou, viu Nico interromper uma chance clara de gol e ser expulso. O rival conduzia a bola com liberdade para arrematar. Perspicaz, o colombiano parou a jogada por trás na entrada da área.

Na cobrança de falta, a bola raspou a trave e saiu. Missão cumprida. Alívio. Alegria. Comemoração. Fim do jejum. Os colorados se abraçaram no campo e vibraram com a vitória, como um sinal de retomada.

O técnico, que seguia pressionado por resultados, apesar de respaldado pelo presidente Alessandro Barcellos, cumprimentou um a um os comandados pela prova de irresignação. E mostrou sintonia com o grupo, ao permanecer no gramado durante o trabalho físico dos reservas.

– O mais importante de tudo era a vitória. Se é construída com desempenho melhor, ficamos mais satisfeitos, mas sabíamos que o mais importante era quebrar essa série. Felizmente conseguimos. Jogadores se entregaram muito – comemorou Mano.

Aliviado e energizado, o Inter deixa a Venezuela com oito pontos e no topo do Grupo B. O objetivo é que a confiança reapareça e permita que o time deslanche, enfim. A ver os próximos capítulos.

Fonte: ge
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