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Federação pune escola e árbitros após caso de racismo contra aluno durante partida de jogos escolares em São Luís Federação pune escola e árbitros após caso de racismo contra aluno durante partida de jogos escolares em São Luís
Escola Upaon-Açu foi suspensa por 180 dias após torcida da instituição fazer insultos racistas contra estudante que participava da competição. Punições foram divulgadas pela Federação Maranhense de Desporto Escolar.
Por Werbete | 27/05/2023 - 16h49
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A Federação Maranhense de Desporto Escolar decidiu suspender, por 180 dias, a escola Upaon-Açu após insultos racistas feitos pela torcida da escola contra um aluno durante uma partida de futsal dos Jogos Escolares de São Luís. As punições foram divulgadas na sexta-feira (26), após uma reunião realizada para apurar as denúncias de racismo.

Além da suspensão de 180 dias, a escola deverá pagar uma multa no valor correspondente a um salário mínimo em cestas básicas. A federação comprovou que os insultos racistas saíram da torcida da escola durante a competição.

A Federação decidiu suspender, por 90 dias, o árbitro Luis Carlos Jansen, que apitava a partida em que o episódio aconteceu. O também árbitro Euvaldo Barros Ribeiro, que estava no jogo, recebeu uma advertência.

 

Entenda o caso

 

Federação Maranhense de Desporto Escolar abriu uma investigação para apurar a suspeita de racismo contra um atleta do Instituto Estadual de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (Iema), durante uma partida dos Jogos Escolares de São Luís.

Segundo a vítima, o ataque veio de torcedores da torcida adversária que assistiam ao jogo de futsal. O atleta relatou ter ouvido gritos e xingamentos vindos da arquibancada, mas não pôde identificar as pessoas, pela quantidade de gente no local e por estar de costas para o público no momento dos ataques racistas.

Nas redes sociais, a escola Upaon-Açu se manifestou sobre o caso e disse que os árbitros que conduziram a partida disseram não ter ouvido qualquer falas discriminatórias de ambas as torcidas, mas que vai acompanhar o caso até que tudo seja esclarecido. Já a direção do Iema repudiou o preconceito sofrido pelo aluno.

Nas redes sociais, o governador do Maranhão, Carlos Brandão (PSB) se manifestou sobre o caso. Ele disse que o Governo do Estado iria prestar assistência ao aluno que sofreu os ataques e segue no combate à discriminação étnico-racial.

Caso Vini Jr

 

Também no domingo, o jogador brasileiro Vinicius Junior foi vítima — mais uma vez — de racismo na Espanha. O jogo entre Valencia e Real Madrid, pela 35ª rodada do Campeonato Espanhol, foi interrompido no segundo tempo após parte da torcida presente no estádio Mestalla chamar o brasileiro de "macaco". A partida acabou com vitória do Valencia por 1 a 0.

Diante da onda de indignação com os insultos racistas proferidos contra o jogador Vinicius Jr, a polícia espanhola deteve na terça-feira (23) sete pessoas suspeitas de crimes de injúria racial e ódio contra o brasileiro.

Os ataques racistas a Vinicius Jr são um "lembrete gritante" do racismo que ainda existe no esporte, disse na quarta-feira (24) o alto comissário da Organização das Nações Unidas (ONU) para os Direitos Humanos, Volker Türk.

Turk pediu às entidades organizadoras de eventos esportivos mais estratégias para prevenir e combater episódios de racismo. Pediu que os governos também se envolvam. "E precisamos começar ouvindo esportistas afrodescendentes", disse.

Segundo um levantamento do Observatório da Discriminação Racial do Futebol, o Brasil viveu um aumento no número de ocorrências de racismo no ano passado. Em 2021, o Observatório registrou 64 situações de racismo. Já em 2022, foram comprovadas 90 situações – um aumento de 40%. A alta se dá porque os atletas têm tomado consciência da necessidade de se fazer denúncias contra as ofensas.

 

 

 

 
Fonte: G1