O Ministério Público do Maranhão (MP-MA) informou, nesta segunda-feira (7), que vai investigar o caso do vereador de Cândido Mendes Cleverson Pedro Sousa de Jesus, conhecido como Sababá Filho (PCdoB), que jogou R$ 250 mil pela janela da Câmara de Vereadores, no dia 4 de agosto, afirmando ter recebido o dinheiro a mando do prefeito da cidade para que renunciasse ao mandato.
Em nota enviada ao g1, o MP-MA afirmou que já tem conhecimento dos fatos ocorridos em Cândido Mendes e “está apurando a situação para que as providências cabíveis sejam tomadas”.
A Polícia Civil do Maranhão (PC-MA) também informou que irá investigar a denúncia feita pelo vereador Sababá Filho, o qual acusa o prefeito Facinho e o empresário Adson Manoel Silva Oliveira pelo crime de corrupção ativa.
Após jogar o dinheiro pela janela da câmara, Sababá Filho foi até a Delegacia de Godofredo Viana registrar um boletim de ocorrência contra o prefeito e o empresário, afirmando que havia recebido R$ 250 das mãos de Adson Manoel para poder renunciar ao cargo de vereador, a mando de Facinho.
Ao g1, a PC-MA disse que o caso em questão será investigado pela Superintendência Estadual de Combate à Corrupção (SECCOR), que realizará audiências para ouvir testemunhas. A Polícia Civil informou, ainda, que, neste momento, não pode informar detalhes do processo, para não atrapalhar as investigações.
Na manhã de sexta-feira (4), um vereador do município de Cândido Mendes provocou um alvoroço na cidade ao jogar dinheiro pela janela da Câmara de Vereadores.
Em um vídeo (veja acima), o vereador Sababá Filho aparece fazendo um longo discurso na Câmara, que aguardava a sua renúncia. No entanto, as imagens mostram que ele rasga a carta de renúncia e afirma que recebeu R$ 300 mil do prefeito Facinho (PL) para desistir do mandato.
Em seguida, o vereador apresenta uma mochila cheia de dinheiro e diz que teme pela própria vida. O vereador afirma no discurso que não iria renunciar. Ele pega as notas na mochila e joga pela janela da Câmara dos Vereadores.
O valor seria de R$ 250 mil e, na rua, a atitude do vereador chamou a atenção da população, que se amontoou e disputou as várias notas que foram jogadas.
Após jogar o dinheiro na rua, o vereador Sababá Filho (PCdoB) registou um boletim de ocorrência contra o prefeito do município e um empresário, os acusando do crime de corrupção ativa.
O boletim foi registrado na Delegacia de Polícia Civil de Godofredo Viana, contra o empresário Adson Manoel Silva Oliveira e o prefeito de Cândido Mendes, Facinho (PL).
No boletim de ocorrência, ao qual o g1 teve acesso, Sababá Filho afirma que no dia 26 de julho deste ano, ele se reuniu com o empresário Adson Manoel e um homem identificado como Edmilson Júnior, na casa do próprio empresário em São Luís, onde recebeu a proposta para renunciar ao mandato em troca de R$ 250 mil.
O vereador afirma que fez uma contraproposta, pedindo R$ 300 mil. Nesse momento, o empresário teria ligado para o prefeito Facinho, que manteve a proposta de pagar só R$ 250 mil.
Sababá afirmou ter dito ao empresário que iria pensar na proposta e responderia no dia seguinte. Sendo que em 27 de julho ele foi até o escritório do advogado Carlos Sérgio, também na capital, acompanhado de Adson e Edmilson, onde declarou aceitar a proposta.
O advogado teria formulado a carta de renúncia, que foi assinada pelo vereador e, em seguida, foi feito o Reconhecimento de Firma no cartório do 3º Tabelionato de Notas de São Luís (veja a carta abaixo).
Ao g1, o prefeito Facinho negou as acusações do vereador e disse que irá processá-lo por calúnia e difamação (veja o posicionamento no final da matéria). O g1 também tentou entrar em contato com o empresário Adson Manoel Silva Oliveira e o advogado Carlos Sérgio
Após registrar a carta de renúncia, Sababá teria ido para a casa do empresário, onde teria recebido R$50 mil de adiantamento, ficando de receber o restante nesta sexta-feira (4), antes de anunciar sua renúncia ao mandato.
Ainda de acordo com o depoimento do vereador, o valor de R$ 200 mil foi entregue a ele, dentro de uma mochila, pelo próprio empresário, na porta da Câmara Municipal. Em seguida, Sababá entrou no local e pediu a palavra ao presidente. Mas, em vez de renunciar, ele fez um discurso relatando a proposta e rasgando a carta.