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Suspeitos de matar jovem autista, que foi encontrado com sinais de tortura em SL, são detidos; um deles é adolescente Suspeitos de matar jovem autista, que foi encontrado com sinais de tortura em SL, são detidos; um deles é adolescente
Segundo a polícia, os dois detidos são autores do crime, junto com mais dois investigados que ainda estão sendo procurados.
Por Werbete | 03/10/2023 - 19h32
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Dois suspeitos de participar do assassinato do jovem Alison David, que desapareceu e depois foi encontrado morto e com sinais de tortura no bairro São Raimundo, em São Luís, foram detidos pela Polícia Civil do Maranhão.

 

O primeiro detido é um homem, conhecido como ‘Neto’, que foi preso em cumprimento a um mandado de prisão temporária no domingo (1º).

 

O segundo detido é um adolescente de 15 anos, conhecido como ‘Alminha’, que foi apreendido nessa segunda-feira (2), em cumprimento a um mandado de internação.

Segundo informações da Superintendência Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (SHPP) os dois detidos são autores do crime, junto com mais dois investigados que ainda estão sendo procurados.

 

O grupo é acusado de ter matado o jovem a pauladas. Em depoimento, eles confessaram o crime.

 

De acordo com as investigações, Alison foi morto no São Raimundo, por morar em um bairro que seria controlado por uma facção rival. O jovem acabou sentenciado à morte, mesmo sem ter histórico de crimes ou participado de organização criminosa.

 

O crime

Alison David Barbosa da Cruz tinha diagnóstico de autismo, retardo mental e fobia social. Na noite do dia 6 de setembro, ele saiu de casa com dois irmãos para a Expoema, mas, na volta pra casa, ele se perdeu dos familiares e desapareceu no bairro São Raimundo.

De acordo com as investigações, o jovem, de 20 anos, só foi encontrado quase dois dias depois, morto e com sinais de tortura, no bairro São Raimundo.

 

A polícia informou que, ao se perder dos irmãos, Alison teria se deparado com intregrantes de facção criminosa. Ao descobrirem que Alison era de 'um outro bairro', que seria de uma facção rival, o jovem acabou sentenciado à morte, mesmo sem ter histórico de crimes ou integrar uma organização criminosa.

 

Familiares revoltados com o caso

Adrielle Barbosa, irmã de Alison, estava com Alison antes dele desaparecer. Ela conta que tinha saído com o irmão para passear, mas em determinado momento ele se separou dos familiares.

"Ele estava inquieto e decidimos levar ele pra Expoema, para brincar no parque. Na volta, fomos a uma pizzaria e comemos. Quando estávamos em uma rua, voltando pra casa, ele foi andando na frente. A gente sempre olhando ele. Porém, de repente, ele começou a acelerar os passos e dobrou em um canto. Depois disso, ele desapareceu. A gente foi procurar e não encontrou de jeito nenhum", disse Adrielle.

Após o desaparecimento, Alison foi procurado por todo o bairro do São Raimundo durante a noite, mas ele só foi encontrado na sexta-feira, dia 8 de setembro, em uma área de matagal, com vários ferimentos e sinais de tortura.

"Quando ele desapareceu, a gente começou a divulgar as fotos, ligamos por 190, fizemos o boletim de ocorrência, e nada. Eles [policiais] não vieram. De manhã, ficamos sabendo que tinha um corpo jogado perto de um muro. Quando chegamos, lá estava ele, todo machucado. Foram pauladas", conta Adrielle.

A Polícia Civil segue investigando o caso, mas os familiares de Alison estão revoltados, cobram respostas e uma agilidade na prisão dos criminosos.

 

"Era uma pessoa pessoa com deficiência mental que não fazia mal pra ninguém, só saía com a gente. A minha maior revolta é que ligamos para polícia. Mais de três pessoas ligaram e não tivemos resposta, até encontrar ele morto. A polícia só veio aparecer na sexta-feira", desabafa a irmã de Alison.

Fonte: G1